segunda-feira, 21 de junho de 2010
NINGUÉM do texto de Gil Vicente
Este é Ninguém. Construímos uma mulher trabalhadora, nos moldes contemporâneos. Religiosa, pobre, muito próxima da população (massa). É uma mulher da vida.
TODO MUNDO do texto de Gil Vicente
DINATO do texto de Gil Vicente
Este é Dinato, diabo que é companheiro e servo de Berzebu. Usa uma túnica longa e preta com uma corcunda nas costas. A postura inclina favorece a ideia de submissão. Sua vestimenta é discreta, pois não pretende chamar mais atenção que seu superior. Os chifres explicitam sua origem. Carrega uma caneta tinteiro para registrar tudo que lhe é pedido.
domingo, 13 de junho de 2010
TODO MUNDO E NINGUÉM
QUEM É O GIL ?
Pouco se sabe sobre a vida de Gil Vicente, autor de Auto da Barca do Inferno. Ele teria nascido por volta de 1465, em Guimarães ou em outro lugar na região da Beira. Casado duas vezes, teve cinco filhos, incluindo Paula e Luís Vicente, que organizou a primeira compilação das suas obras.
No início do século 16, há referência a um Gil Vicente na corte, participando dos torneios poéticos. Em documentos da época, aparece outro Gil Vicente, ourives, a quem é atribuída a Custódia de Belém (1506), recipiente para exposição de hóstias feita com mais de 500 peças de ouro puro. Há ainda mais um Gil Vicente que foi "mestre da balança" da Casa da Moeda. Alguns autores defendem, sem provas, que os três seriam a mesma pessoa, embora a identificação do dramaturgo com o ourives seja mais viável, dada a abundância de termos técnicos de ourivesaria nos seus autos.
Ao longo de mais de três décadas, Gil Vicente foi um dos principais animadores dos serões da corte, escrevendo, encenando e até representando mais de quarenta autos. O primeiro deles, o "Monólogo do Vaqueiro" (ou "Auto da Visitação"), data de 1502 e foi escrito e representado pelo próprio Gil Vicente na câmara da rainha, para comemorar o nascimento do príncipe dom João, futuro rei dom João 3o. O último, "Floresta de Enganos", foi escrito em 1536, ano que se presume seja o da sua morte.O "Auto da Sibila Cassandra", escrito em 1513, introduz os deuses pagãos na trama e por isso é considerado por alguns como o marco inicial do Renascimento em Portugal.
Alguns dos autos foram impressos sob a forma de folhetos e a primeira edição do conjunto das obras foi feita em 1562, organizada por Luís Vicente. Dessa primeira compilação não constam três dos autos escritos por Gil Vicente, provavelmente por terem sido proibidos pela Inquisição. Aliás, o índice dos livros proibidos, de 1551, incluía sete obras do autor.Gil Vicente foi considerado um autor de transição entre a Idade Média e o Renascimento. A estrutura das suas peças e muitos dos temas tratados foram desenvolvidos a partir do teatro medieval, defendendo, por exemplo, valores religiosos. No entanto, alguns apontam já para uma concepção humanista, assumindo posições críticas.Em 1531, em carta ao rei, Gil Vicente defendeu os cristãos-novos, a quem tinha sido atribuída a responsabilidade pelo terremoto de Santarém. Também no "Auto da Índia" apresentou uma visão antiépica da expansão ultramarina.Gil Vicente classificou suas peças dividindo-as em três grupos: obras de devoção, farsas e comédias. Seu filho, Luís Vicente acrescentou um quarto gênero, a tragicomédia. Estudiosos recentes preferem considerar os seguintes tipos: autos de moralidade, autos cavaleirescos e pastoris, farsas, e alegorias de temas profanos. No entanto, é preciso lembrar que, por vezes, na mesma peça encontramos elementos característicos de vários desses gêneros.
Gil Vicente vai muito além daquilo que, antes dele, se fazia em Portugal. Revela um gênio dramático capaz de encontrar soluções técnicas à medida das necessidades. Nesse sentido, ele pode ser encarado como o verdadeiro criador do teatro nacional.Por outro lado, a dimensão e a riqueza da sua obra constituem um retrato vivo da sociedade portuguesa, nas primeiras décadas do século 16, onde estão presentes todas as classes sociais, com os seus traços específicos, seus vícios e suas preocupações. Também no aspecto lingüístico o valor documental da sua obra é inestimável e constitui uma grande fonte de informação sobre o início do século 16 em Portugal.
Fontes; Imagens e textos: http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u481.jhtm
AS OBRAS DE GIL VICENTE
Auto da Visitação
Auto Pastoril Castelhano
Auto dos Reis Magos
Auto de S. Martinho
Auto da Índia
Auto da Fé
Auto das Fadas
O Velho da Horta
Exortação da Guerra
Auto da Sibila Cassandra
Comédia do Viúvo
Quem tem farelos
Auto dos Quatro Tempos
Auto da Barca do Inferno
Auto da Barca do Purgatório
Auto da Alma
Auto da Barca da Glória
Auto do Deus Padre
Comédia de Rubena
Cortes de Júpiter
Auto da Fama
Pranto de Maria Parda
Farsa de Inês Pereira
Auto Pastoril Português
Auto dos Físicos
Frágua d'Amor
Farsa do Juiz da Beira
Farsa das Ciganas
Dom Duardos
Templo d'Apolo
Breve Sumário da História de Deus
Diálogo dos Judeus sobre a Ressurreição
Nau d'Amores
Comédia sobre a Divisa da Cidade de Coimbra
Farsa dos Almocreves
Auto Pastoril da Serra da Estrela
Auto da Feira
Auto da Festa
Triunfo do Inverno
O Clérigo da Beira
Jubileu d'Amores
Auto da Lusitânia
Auto de Mofina Mendes
Romagem de Agravados
Amadis de Gaula
Auto da Cananeia
Floresta de Enganos